Foto: google street view (Reprodução)
A Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou Flávio Carino Guimarães a 14 anos de prisão, em regime fechado, pelo crime de terrorismo motivado por xenofobia. Ele foi acusado de lançar um artefato explosivo contra o Consulado da China, no Bairro de Botafogo, na noite de 16 de setembro de 2021.
De acordo com a sentença da 5ª Vara Federal Criminal, o ataque foi motivado pela hostilidade do réu ao país asiático, ao qual atribuía a origem da pandemia de Covid-19. A mãe dele havia morrido em decorrência da doença.
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O artefato explosivo improvisado causou destruição parcial do prédio e colocou em risco a vida de diplomatas e funcionários, incluindo o vice-cônsul chinês e um vigilante que estavam no local. Perícias apontaram que o material tinha alto poder destrutivo, capaz de provocar mortes e grandes danos. O prejuízo ao patrimônio foi estimado em R$ 63,6 mil.
Flávio Guimarães confessou o ato, alegando ter agido sob forte crise emocional e sob efeito de drogas e álcool. A Justiça, no entanto, enquadrou a conduta como terrorismo motivado por xenofobia, lembrando que a pandemia gerou aumento expressivo de manifestações de ódio contra a China.
A investigação apontou que ele tinha acesso facilitado a explosivos por ligação com o tráfico de drogas e armas. A identificação do autor foi possível por meio de denúncia anônima, cruzamento de dados do veículo usado no crime e perícia em celulares apreendidos.
A juíza responsável pela decisão destacou que a Lei Antiterrorismo define como terrorismo o uso de meios capazes de causar destruição e pânico por razões de preconceito, com a finalidade de gerar terror social ou generalizado. Ainda cabe recurso da decisão.